terça-feira, 17 de julho de 2012

A MALHADA PASSOU MAS A FESTA NÃO PARA

Foi tudo tão rápido e intenso para nós que só agora começou a assentar a poeira.
Os Ensaios, a Festa, o Rescaldo e o Balanço. A intensidade através de imagens que irão surgindo por aqui, resultado dos vários olhares que nos acompanharam e acompanharão.

As cores, os sabores, os cheiros e os sons através dos olhos do Bruno Moreira, do André Rolo e do Aníbal Gonçalves.  Da malhada ficou-nos o aprumo do cereal, o tom dourado do mar de palha, a sincronia dos malhos e sobretudo o som. A batida seca. Alguém tem registo daquele som?

Malhada (por Patrícia Fuentes)

Novos passos nesta caminhada transmontana se darão e o melhor é continuar atento.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Bem haja a TODOS!

Adeganha Aldeia Viva pretendeu ser um fragmento de segundo, onde por momentos e a partir de diversas atividades, se podesse reflectir em consciência sobre os valores comunitários de outrora vividos nos meios rurais de Trás-os-Montes onde, apesar da dureza, não faltavam oportunidades de convívio e boa disposição. Tudo isto foi alcançado e superado!

Agradecemos de coração aberto a todos os que nos visitaram e a todos que, de um modo ou outro, tornaram possível este momento de partilha e convívio. A TODOS UM BEM HAJA!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sabes segar e malhar...

(...)
A sementeira começava nos primeiros dias de Outubro e estendia-se até finais de Dezembro. Passada a época de chuva e geada, os meses de Maio e Junho assisitiam ao acto da segada, fazendo juz à quadra popular:
Em Março, sargoaço.
Em Abril, pendil.
Em Maio, engradai-o.
Em Junho, seitora ao punho. (1)

(1) Quadra popular recolhida na aldeia da Adeganha por Paulo Maximino. 2012.


Conjuntos de homens trabalhavam, assim, de “sol-a-sol”, ceifando os campos com o auxílio de uma seitora e a protecção de dedeiras feitas de couro, e reunindo o cereal em molhos que seriam de seguida transportados para as eiras por meio de carros de bois ou ao dorso de animais – a acarreja.

Nas eiras, lajes naturais relativamente aplanadas que existiam um pouco por todo lado nos campos da Adeganha, amontoavam-se os molhos de cereal, formando mêdas, construções de formato cónico que por vezes chegavam a atingir altura superior a 5 metros. Esperavam o início da malhada, processo através do qual se separa o grão da palha, e que poderia se estender para além do mês de Julho, embora como localmente se diga por ser já tarde demais, “quem malha em Agosto, já malha a contragosto.”

(...)

Texto: Paulo Maximino


Queres provar? Suplicas e económicos...


Na Adeganha, em dias de festa, era habitual ter sobre a mesa alguns doces tradicionais, sendo os mais comuns, no Natal, a Bola Lêveda (filhós); na Páscoa, a Bola Doce e, nos dias de festa em geral, as Súplicas e os Económicos.
As Súplicas e os Económicos eram vistos frequentemente nas feiras, festas e romarias transportados em belos cestos, cobertos por toalhas brancas de linho, e apregoados por simpáticas vendedoras. A este respeito, os habitantes desta aldeia recordam, com saudade, a tia Zefa (Josefa) que aqui vinha vender, na festa de S. Sebastião, licor de canela, Súplicas e até mesmo Cavacas.
(...)
Texto: Inês batista
Fotografias: Célia Gomes





Mapa da Aldeia, não te percas...

Visto a Aldeia ser Gigante, preparámos um mapa para nínguém se perder...




“Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo…
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura…
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.”
CAEIRO, Alberto, O guardador de rebanhos, in Fernando Pessoa, Poemas de Alberto Caeiro, Lisboa, Ática, 1993, p. 32.



COMISSÃO FABRIQUEIRA DA IGREJA DA ADEGANHA

A Comissão Fabriqueira da Igreja de São Tiago Maior da Adeganha, têm a alegria de informar que estará presente no evento com alguns petiscos e doçaria. A Igreja utilizará o evento para agradecer ás pessoas mais chegadas, e que tem contribuído para a valorização/ divulgação deste monumento. A todos um Bem HAJA.

Oficina de FIAR e TECER

“Poderia supor-se que o incremento industrial têxtil e o rápido desenvolvimento tecnicista e mecânico iriam calar definitivamente o matraquear cadenciado dos velhos teares manuais. Na realidade eles persistem ainda teimosamente em muitas regiões.” Assim escrevia Benjamim Pereira em 1970 

LINHO E CÂNHAMO
As fibras vegetais de linho e cânhamo acrescem dificuldade tanto na obtenção como na fiação. Ambas as fibras foram produzidas nas províncias orientais do Império Romano, sendo que o território que hoje abarca Trás-os-Montes era reconhecido como exportador de linho. Apesar dos métodos semelhantes de crescimento e recolha das plantas, bem como de preparação das fibras para a fiação o linho assumiu-se como fundamental para a obtenção de tecidos. 

(...)
Venha conhecer a técnica de preparar o Linho para o Fiar com a D. Isabel Martins, D. Alice, D. Alzira e muitas mais pessoas detentoras deste conhecimento ancestral...

Texto: André Tereso e Rita Gaspar





Fotografias: André Tereso

OFICINA de Queijo confirmado...


"Diz a lenda que o queijo foi descoberto por Aristeu, rei da Arcádia, um dos filhos de Apolo. Contudo, embora as origens exatas deste produto não sejam conhecidas, a História confirma a sua antiguidade. Assírios, Caldeus e Egípcios incluíram o queijo na sua alimentação e, mais tarde, Gregos e Romanos continuaram a apreciá-lo. Ao longo dos séculos, muitas variedades têm vindo a ser cada vez mais aperfeiçoadas tendo adquirido, algumas delas, características e reputação próprias. Entre nós, muitos dos queijos que cá se produzem e comercializam, regularmente, fazem já parte da rotina diária dos portugueses, habituados a consumi-los como acompanhamento, refeição principal, ou então confecionados."

Célia Gomes

 



Ordenhar, maçar e afeiçoar o queijo. Gestos que se repetem, iguais na sua essência, diários e cadenciados, pelas mãos de Zulmira Gaspar. Fotografias: Célia Gomes

CONFIRMADO Centro Social e Paroquial da CARDANHA

Já temos mais uma confirmação de uma barraquinha. Também o Centro Social e Paroquial Nª Srª Oliveira da Cardanha vai estar presente no evento "adeganha ALDEIA VIVA" com a divulgação do seu trabalho, em redor das pessoas mais carenciadas e idosas.Venha conhecê-los!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Destino ADEGANHA, Torre de Moncorvo

Vindo do Litoral Norte, apanha o IP4 até Pópulo apanhado o IC 5, até ao ponto A
A) Sentido Alfandega da Fé / Guarda
Apanha o IP2 até à saída Alfandega da Fé

B) Sentido Torre de Moncorvo / Guarda ou Alfandegada Fé / Mogadouro
· Pode tomar dois destinos:
o Apanhar novamente o IC 5 para Alfandega da Fé, ou
o Seguir para Torre de Moncorvo


C) IC 5 (Alfandegada Fé / Mogadouro)
· saída de Alfandega da Fé, seguindo para Adeganha:
· Passando pelas placas de Valverde, seguido Sendim da Serra, depois Eucísia até chegar ao cruzamento que indica para a Gouveia e Adeganha
· Em Gouveia, passando as casas da Gouveia no sentido da Cabreira tem a placa de indicação da Adeganha.


Caso venha de Sul pelo IP 2 deverá tomar a direção de Torre de Moncorvo / Bragança, sem sair para Torre de Moncorvo, até chegar ao ponto D.

D) IP 2
· Tendo seguido no sentido de Torre de Moncorvo no ponto B:
o Irá passar a saída da Junqueira e seguir pelo IP 2 até encontrar a placa da Adeganha
o Depois de subir, entra no planalto a primeira aldeia é Estevais, continua passa a Cardanha até que ver a placa da Adeganha


De GPS é direitinho ao destino...
Latitude - 41º 16´27,21``
Longitude - 7º 03' 05, 12´´


Se conduzir não beba, ou seja planeia ACAMPAR por estes lados... Vinho não vai faltar!
HÁ ÁREA PARA CAMPING... Está tudo lá! Também existe espaço para caravanas e CHARTERs.

EMENTA COMISSÃO FABRIQUEIRA DA IGREJA DOS ESTEVAIS

Vêm-se por este meio divulgar e dar conhecimento da presença de uma barraquinha de comes e bebes no evento "adeganha ALDEIA VIVA" da Comissão Fabriqueira da Igreja dos Estevais.

Esta barraquinha irá ter bebidas várias, doçaria local, e uma ementa direcionada para a temática do evento.

EMENTA:
Migas de grão com bacalhau;
Bacalhau frito e acompanhamento.

Durante o evento também haverá outro tipo de petiscos.

O dinheiro angariado irá servir para a reabilitação do telhado da Capela dos Estevais. Apareçe e venha contribuir para esta causa.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

PROGRAMAÇÃO já não há volta a dar...


A menos de 72 horas já temos programação, nunca se viu nada igual!!! 
Na Adeganha, os burros já não dormem, não param de zurrar, e as mulheres grávidas já se lhe rebentou as águas a seis meses do parto... Anda tudo louco!

Visita guiada à Igreja da Adeganha a 14 e 15 Julho - Faz já a tua marcação

As Visitas ao Património Monumental de Fronteira prossegue neste próximo fim de semana, dias 14 e 15 de julho. Nestes dois dias, o Dr. Nélson Rebanda irá levar os um percurso pela história da Igreja Matriz da Adeganha, no concelho de Torre de Moncorvo, Monumento Nacional desde 1944. As visitas efetuam-se às 16 horas. Pode inscrever-se nos contactos disponibilizados para o efeito.

As visitas têm a duração de uma hora e um custo de 2 euros por pessoa. O número máximo por visita é de 20 pessoas.

Os interessados terão de marcar previamente através dos contactos disponibilizados para o efeito, indicando um nome, contacto e número de acompanhantes. As pessoas devem estar 15 minutos no local antes da hora marcada.

Marcações:
Telefone: 22 619 78 96 (das 9 às 13 horas dos dias úteis)



Esta Visita acabou por aparecer no Programa, como forma de divulgação, mas foi organizada inteiramente pela DRCN dentro do plano de divulgação/ valorização do Património. Agradecemos a todos os que queiram participar na festa e queiram uma visita mais minuciosa, que se inscrevam atempadamente nos meios indicados.

SARAMAGO e a Adeganha

"Esta estrada vai dar à aldeia de Estevais, depois a Cardanha e Adeganha. O viajante não pode parar em todo o lado, não pode bater a todas as portas a fazer perguntas e a curar das vidas de quem lá mora. Mas como não sabe nem quer despegar-se dos seus gostos e tem a fascinação do trabalho das mãos dos homens, vai até à Adeganha, onde lhe disseram que há uma preciosa igrejinha românica, assim deste tamanho.
(...)

Enfim, a igreja é esta. Não caiu em exagero quem a gabou. Cá nestas alturas, com os ventos varredores, sob o cinzel do frio e da soalheira, o templozinho resiste heroicamente aos séculos. Quebraram-se-lhe as arestas, perderam a feição as figuras representadas na cachorrada a toda a volta, mas será difícil encontrar maior pureza, beleza mais transfigurada. A igreja de Adeganha é coisa para ter no coração, como a pedra amarela de Miranda".

(José Saramago, "Viagem a Portugal" Prémio Nóbel da Literatura)

Fotografia: Ana Rita Ferreira

terça-feira, 10 de julho de 2012

Para além dos nossos olhos...


A igreja matriz de Adeganha é um dos mais preciosos templos românicos de Portugal, sendo considerada uma das características do período denominado tardo-românico. Foi construída no século XII, segundo uns ou XIII segundo outros, nos tempos do primeiro grande estilo medieval. No seu interior podem-se vislumbrar nas suas paredes belissinos frescos alusivos ao santo padroeiro São Tiago Maior, assim como, à vida de Cristo. Alberga também altares de talha dourada e lindas imagens.

Este monumento é considerado monumento nacional desde 1944.

JÁ CONHECE POR FORA? VENHA CONHECÊ-LA POR DENTRO ;)





Imagens gentilmente disponibilizadas pelo Professor e Amigo Arnaldo Silva, Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior.







domingo, 8 de julho de 2012

Preparativos... Anda tudo louco!


Já se faz pouse para a fotografia, já se afina a voz, e já se prepara os vestidos para a FESTA. Todos querem fazer boa figura. A adeganha está VIVA! Visitem-nos...







EMENTA da COMISSÃO FABRIQUEIRA DA SR.a do Castelo no dia da festa

O santuário da Nossa Senhora do Castelo da Adeganha, encontra-se a realizar obras de melhoramento da sua Capela, pelo que irá ter no evento adeganha ALDEIA VIVA uma barraquinha de comes e bebes. Para além deste melhoramentos, necessita de outros, servindo esta participação para ajudar estas causas. 

EMENTA:
VINHO local
Sopa - Canja de Galinha
Entradas - salada de feijão frade/ grão de bico com atum; pão e azeitonas; queijo de ovelha;
Pratos à escolha - Carne estufada acompanhada de batata no forno, ou arroz; Milhos c/ repolho e bacalhau;
Sobremesa - fruta da época; milhos doces;

A refeição custará o preço simbólico de 7 euros, por isso não esquecer qual o intuito, pelo que se agradece qualquer generosidade.

Haverá também:
Petiscos - Alheira, chouriço e orelheira; Bifana;
Bebidas várias;
E surpresas pela tarde dentro.

Venha provar as iguarias da região e contribuir para a ajuda das obras da Sra. do Castelo. 

Um muito obrigado!











MUNDIBAILE a animar a festa no dia 14! Venha conhecê-los...


Os Mundibaile são um projecto de acção cultural cujo objectivo é divulgar danças e músicas tradicionais de várias partes do mundo para qualquer tipo de público. É um grupo em contínua evolução que serve de lugar de encontro de vários músicos e bailarinos, tendo surgido a sua primeira formação em Novembro de 2009.
A paixão pelas formas de expressão tradicionais e a vontade de as partilhar e divulgar, são a força impulsionadora deste projecto. No espectáculo dos Mundibaile o público diverte-se e apreende a diversidade formal das danças do mundo. Mais do que espectadores de uma demonstração, o público é chamado a participar, e a fazer parte da actuação.
Eles vêm do Porto e vão querer ver todos a dançar. ATREVE-TE a aparecer...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O Princípio da Incerteza


"O campo já não existia com os seus caminhos e ramadas que os cobriam e portas de quinteiros onde ladravam os cães de guarda. Ouvia-se o cocoricar da galinha chamando os pintos. O fumo branco saía pela telha-vã das casas. Uma mulher de preto, com uma braçada de couves, parava para urinar de pé, sem deixar de falar a quem passava, com modo amável e sem constrangimento. Quando a tarde caía, o silêncio arredondava-se como se criasse um globo de vidro onde esbarravam os sons. As crianças que, com o crescimento, ganhavam novos sentidos e pressentiam desejos, eram dadas a segredos, contavam aparições. Ouviam-nas com respeito e ternura fria, sem as adular. Mas esses eram já avós que foram pastores. Não havia mais meninos extraordinários, todos se exprimiam como locutores da televisão e recebiam os nomes dos heróis das novelas. Sonhavam com computadores e queriam chegar depressa a um sucesso que lhes trouxesse o mundo na palma da mão.”
BESSA-LUÍS, Agustina, O princípio da Incerteza, Lisboa, Guimarães Editora, 2002, p.99.

O MALHO




Já se preparam os malhos!!!

ENSAIOS



Jogos de roda rapazes e raparigas.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

ADEGANHA

 
Heide rodear a Adeganha,
Com 30 metros de fita.
Á porta do meu Amor,
Heide eu por a mais bonita.

Heide eu por a mais bonita,
Heide eu por a mais formosa.
Á porta do meu amor,
Heide eu por a cor-de-rosa.

Há silvas que prendem olhos,
Outras que nem amoras dão,
Uma silva desta terra,
Prendeu o meu coração.

Musica popular recolhida na Adeganha